7º Dia - Vamos Celebrar os 90 anos de Dona Ivone Lara, em 13/4/11


Na próxima quarta-feira, dia 13 de abril de 2011, Dona Ivone Lara fará 90 anos.

Informei-me com a família e eles dizem não haver qualquer evento programado para esse dia. Então, pensei em nos reunirmos no Bar do Costa em Vila Isabel na quarta-feira às 19 horas para bebemorarmos os 90 anos de uma mulher do porte de Dona Ivone Lara.

Se você tiver dúvidas quanto à importância da mulher pública Yvonne Lara para nós (mulheres negras principalmente) lembre-se de que ela é uma mulher que numa época em que as mulheres não podiam nada – ou muito menos do que podem hoje – ela conseguiu sobreviver à um internato; conseguiu convencer sua família de que era importante que ela continuasse os estudos (quando foi morar com a família do tio); nunca perdeu de vista o apreço pela criação artística, e até mesmo abria mão de suas obras para vê-las criadas e soltas no mundo; casou-se, teve filhos, era funcionária pública e mesmo assim, entre o preparo de uma refeição e outra, encontrava tempo para a sua criação artística (coisa com a qual muitas de nós apenas sonhamos em fazer, mesmo tendo “um teto todo nosso”); começou uma nova carreira muito bem sucedida aos 56 anos de idade, e sempre mantendo sua atenção e afazeres domésticos voltados à família; e hoje aos 90 anos, com muita dificuldade física, ainda cumpre como dá para ser uma hercúlea (para uma senhora de 90 anos) agenda de shows.

Dona Ivone não é militante de causa outra que não seja o seu samba querido. Mas se olharmos para a sua trajetória de vida (privada e profissional) ela é, também, um exemplo explícito de “sucesso” nas causas sociais que nos são tão caras. E tudo isso “apenas” tocando sua vida e seguindo a sua filosofia de vida, que é o fato de que nasceu “pra sonhar e cantar”, o que não é querer pouco para uma mulher negra e pobre nascida ao Sul do Equador.
Bem, espero que eu tenha te convencido a tomar “uma brama” (como Dona Ivone ainda chama toda e qualquer cerveja) em homenagem à essa mulher digna de respeito e de todas as celebrações possíveis.

E se vier, venha com vontade de cantar.

Traga sua Ivone, Jovelina, Clementina, Lecy, Surica, Neuma, Zica, Doca e quem mais você souber que apesar dos pesares botou o bloco na rua e se esbaldou nessa vida preta.

E aí, vamos?!

Eu estarei lá.

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